1° Dia: San Pedro de Atacama – San Pedro de Quemes
Traslado de San Pedro até a passagem de fronteira em Hito Cajones. Ao entrar na Bolívia, uma paisagem estranha se abre, dominada pelo Vulcão Licancabur e pelo espelho de dois corpos da Laguna Verde, um dos tesouros da Reserva e o primeiro ponto da nossa expedição 4X4, inigualável no mundo. Nos aproximaremos da Laguna Verde, aos pés do Vulcão Licancabur. À medida que nos afastamos, outra grande extensão se abrirá à nossa frente: o Vale das Damas do Deserto. Continuando pelas extensões desérticas, a joia da coroa da Reserva, Laguna Colorada, se abre diante de nossos olhos. Este é o principal local de nidificação de três espécies de flamingos. As algas, ativadas pela radiação solar e pelo vento, dão à lagoa, às pernas e a parte da plumagem dessas aves exóticas sua cor rosa. Caminharemos pelo seu lado leste, que normalmente tem uma grande quantidade de flamingos. Continuaremos nossa jornada pela Mina Capina até Villa Mar e o Mirante Cascade Canyon, onde desfrutaremos de uma vista panorâmica que garante uma oportunidade de foto enquanto nosso piquenique é preparado. À tarde, continuaremos nossa rota pelo Sora Sora Bofedal, um pântano de beleza cênica, com vegetação, rebanhos de lhamas e flancos de enormes pedras, até chegarmos a San Agustín, uma das cidades mais bonitas da região. De lá, continuaremos via San Juan até San Pedro de Quemes. Passaremos a noite no confortável Red Tayka Stone Hotel, que tem banheiros privativos, água quente e aquecimento.
2° Dia: San Pedro de Quemes – Tahua
Após o café da manhã, apreciaremos os arredores do hotel: os currais de lhamas, que capturarão a atenção de nossa câmera; os chullpares dos primeiros habitantes; e a Vila Queimada, com suas elevações de pedra que inspiraram a construção do hotel. Esta cidade foi incendiada durante a Guerra do Chile em 1879 e continua sendo uma página desconhecida da história oficial (há a alternativa do pastoreio de lhamas, uma experiência muito autêntica com Doña Marta e seu rebanho de lhamas). Depois de conhecer esta página esquecida da história oficial, partiremos no 4X4. Após aproximadamente uma hora, chegamos ao vilarejo abandonado de Cuye, onde podemos apreciar a primeira vista do Salar. Em seguida, seguiremos para o Cânion Komancha, em Sinalaco, uma fenda profunda na rocha esculpida pelo leito de um rio que flui apenas durante a estação chuvosa. Atravessando o cânion por cerca de 90 minutos em uma caminhada que deve superar dificuldades secundárias de desníveis, em meio à ânsia das câmeras em capturar a cena de altos paredões com formações de figuras e texturas rochosas de misteriosa beleza. Entraremos no Salar em direção à Ilha do Pescado, bem no seu centro, muito pouco visitada pelos turistas. Lá faremos uma curta caminhada e um almoço embalado. A partir daqui, continuaremos ao longo da crosta de sal e seguiremos nosso 4×4 em direção a Coquesa, ao norte, de onde começaremos a subida em 4×4 para ganhar altura considerável em Thunupa, de onde as vistas do Salar Monumental são impressionantes. Início de uma caminhada bem curta para ver o chullpar, uma caverna com antigos locais de sepultamento, onde um guia local explicará a história das múmias. No caminho para o hotel, visitaremos o Museu Chantani, com suas exibições de cerâmica, formas excêntricas de pedra que lembram animais e múmias silenciosas que refletem sepultamentos antigos nessas terras. Passaremos a noite no Tayka Salt Hotel, que tem banheiros privativos, água quente e aquecimento.
3° Dia: Tahua – Ojito de Perdiz (Deserto de Siloli)
Hoje vamos nos concentrar no Salar desconhecido do turismo ou Salar Sensual. Ao longo da crosta de sal, dirigiremos nosso 4X4 em direção a Ch’jini, muito pouco visitada por turistas, apesar de sua beleza inigualável. Liderados por membros da comunidade, subiremos até a “catedral”, um monte de aproximadamente 40 m de altura onde estão localizados os pukaras ou ruínas de pedras empilhadas: residências, silos e mirantes sugerem que este é um forte de uma civilização antiga seguida pelos Tiwanakota. O desafio de subir até o topo da “catedral” com medidas de segurança simples, mas garantidas, é uma oportunidade de destilar adrenalina para desfrutar de um dos mirantes mais excepcionais do mundo. Em seguida, visitaremos a Caverna Ch’jini, resultado de uma formação geológica submarina com corpos calcários, produto da dissolução do carbonato de cálcio em contato com águas subterrâneas e águas meteóricas formadas no período anterior às eras glaciais, há 16.000 anos. A beleza e a fragilidade dessas formações geológicas obrigaram a comunidade a organizar a visita em pequenos grupos de no máximo 5 pessoas. Este é um recanto íntimo do Salar Sensual, de incomparável beleza cênica, mas também de uma presença espiritual que emana das construções de pedra, com mais de mil anos, que nos faz pensar no modo de vida das populações ancestrais. Volte para o carro. Em seguida, teremos o privilégio de visitar a Ilha Incahuasi, um atrativo turístico que conta com uma trilha que leva ao seu cume e que se transforma em um extraordinário mirante de 360 graus e que surpreende pela quantidade de cactos gigantes (Echinopsis atacamensis) que povoam a ilha, que também é um claro exemplo da rocha semelhante à lava vulcânica petrificada no topo das rochas e cuja origem são as “Algas Azuis” ou Estromatólitos Fósseis, um dos mais antigos testemunhos de vida na Terra. As bactérias subaquáticas que as formaram se desenvolveram durante os períodos do Lago Michín (40.000 anos atrás) e do Lago Tauka (11.000 anos atrás), que mantiveram toda a ilha submersa. Continuaremos até San Juan, onde faremos nosso Box Lunch.
À tarde, seguiremos em direção ao conjunto de lagoas Cañapa, Hedionda, Chiarkota, Honda e Ramaditas, onde um grande número de flamingos, das três espécies encontradas na área, estarão disponíveis para observação e fotografia à vontade. Outras aves, como gaivotas e patos andinos, acompanham os flamingos nessas lagoas ladeadas por vulcões frequentemente cobertos de neve que descem com uma saia verde (paja brava, yareta e thola) para terminar nas cores ocres que os ventos desenham há milênios, ou nas cores raras que vêm do bórax e do enxofre dessas estranhas lagoas. Aventurar-nos-emos em vastas superfícies desérticas de areia e cascalho, sem estradas e quase sem direção. Esses desertos fantásticos ostentam toda a paleta de terracota. Tons de vermelho, laranja, ocre, bronze, marrom e bege aparecem em cada curva da estrada, disputando a atenção do viajante. Diante da mais impressionante dessas paletas de cores, construímos o Hotel Tayka del Desierto, que dispõe de banheiros privativos, água quente e aquecimento. Acomodação.
4° Dia: Ojito de Perdiz – San Pedro de Atacama
Sairemos cedo pela manhã para nosso primeiro encontro com a Reserva de Flora e Fauna Andina Eduardo Avaroa, visitando a Árvore de Pedra. Em seguida, faremos uma breve visita à Laguna Colorada para observar sua grande população de flamingos, cujas três espécies passam a noite em suas águas geladas. Continuaremos em direção aos Gêiseres do Sol de Mañana para surpreendê-lo em seu momento mais ativo. Este será o ponto mais alto do percurso, perto de 5000 metros acima do nível do mar. Podemos explorar em suas margens fumarolas e piscinas barulhentas onde a terra parece ferver em lama avermelhada, acinzentada e escarlate.
O deserto e o salar de Chalviri são outro cenário de grande valor cênico que combina o branco da neve, o ocre do deserto, o azul da água e o branco do bórax. Em um de seus cantos podemos tomar um banho nas Termas de Polques.
À medida que nos afastamos, veremos as Damas do Deserto, uma obra-prima do vento e dos picos andinos com detalhes perfeitos em formas e cores, de rochas que resistiram ao vento. E mais uma vez, como se fosse exagero, a Laguna Verde, aos pés do Vulcão Licancabur, outra das pérolas da Reserva.
A travessia da fronteira será às 12h, para um traslado privado até San Pedro de Atacama.
